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Trocamos o voo por gaiolas


Trocamos o voo por gaiolas. O medo de ser livre provoca o orgulho em ser escravo.

"O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isso o que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o voo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram." (Karamazov, Dostoiévski.)

Temos que considerar que ser verdadeiramente livre requer libertar-se dos grilhões das conveniências! Meu Deus, como isso é difícil! Mas tenho tentado arduamente.

Requer a responsabilidade de encarar o mundo sem ilusões, tal como ele é. Dessa forma, existe uma grande suscetibilidade a aceitar a Matrix, o sistema, como o mundo real.

Sim, Matrix é um grande exemplo do medo que possuímos de encarar a realidade.

No personagem do filme Cypher encontramos o maior expoente desse comodismo, já que sendo a realidade um mundo destruído, um caos constante, é muito melhor viver na Matrix, onde ele “pode ser o que quiser”, ainda que não passe de uma grande mentira.

Sinopse do filme: Morgan Sullivan (Jeremy Northam) é um contador desempregado que está paralisado com sua vida infeliz no subúrbio ao lado de sua esposa dominadora. Sullivan é um homem pacato, que sonha em navegar livremente pelo mundo. Buscando uma saída para sua vida sem sentido, ele decide juntar-se à multinacional Digicorp para trabalhar como espião. Com uma nova identidade, ele espiona empresas, gravando suas atividades e transmitindo as informações para Ed Finster (Nigel Bennet), seu chefe inescrupuloso. Logo ele percebe que é apenas uma peça de um enorme plano da grande Matrix e quer livrar-se da enrascada ilusória em que se meteu. A ilusão de viver uma vida sem propósitos!

A ignorância é uma benção. Será?

Em outras palavras, Cypher representa a ideia de que sendo a realidade algo tão assustadora, a ignorância é uma benção, pois sendo ignorante, compra-se a mentira como verdade facilmente, bem como, aceita-se a escravidão como liberdade, com muito gozo.

“O medo de ser livre provoca o orgulho em ser escravo”, posto que para gozar a liberdade é preciso coragem para se arriscar no terreno das incertezas e da luta. E, assim, temos preferido permanecer na caverna, orgulhosos das nossas sombras, já que “As gaiolas são o lugar onde as certezas moram”.

Entretanto, mais hora, menos hora, enxergamos que o que nos circunda é falso, de tal maneira que desejamos sair, correr, voar, ser livres.

O grande problema nisso é que quando se acostuma a viver em uma gaiola, quando se é livre perde-se a capacidade de voar, pois as correntes que nos prendem são criadas pelas nossas mentes, de forma que mesmo fora da caverna, continuamos prisioneiros de uma mente que se acostumou a ser escrava, e acreditou por muito tempo que ser escravo era o maior ato de liberdade.

Quem compartilha dessa energia de liberdade deve ser forte como a rocha, ardente como o fogo.

Sei que não sou perfeita, mas tenho desabrochado a intenção de ir onde meu coração me leva. Filha do vento, pois o ir e o vir é a possibilidade do encontro e não importa de onde e para onde.

Meu desejo?

Ser livre como os pássaros que voam, mesmo que em meus pensamentos!


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